terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"Eu te amo"

É mais um dia comum, e ela observa as nuvens, imaginando se vê as mesmas formas brancas que ele vê. E de algum jeito ficam próximos como nunca, como se estivessem de mãos dadas, dedos entrelaçados em uma caminhada sem rumo certo, olhando para o mesmo lugar, andando na mesma direção, sentindo a mesma brisa leve e o calor um do outro. É só uma ilusão, claro, mas parece tão real, como se ele estivesse ali e ela pudesse tocá-lo, sentí-lo a abraçar, tocar seu cabelo, sentir seu calor, seu cheiro, seus lábios doces e suas palavras de conforto. É como se ela pudesse enxegar o ponto de chegada, e que ele fosse tão perto, tão perto, como olhar a rua pela janela, e isso faz com que todo esse tempo de espera parecesse tão irrelevante, tão em vão e tão cômico ! Afinal, ela pode vê-lo, ele está ali, está sim ! E ele a observa, ele pode ver seu olhar melancólico, pode vê-la e sentí-la do mesmo jeito, pode visitá-la no sono, dizer "Boa noite" e abracá-la até dormir, e ele pode ouví-la chorar, pode ouví-la todos os dias dizer com tanto desespero e tanto amor - tanto amor ! - "Eu te amo". É como se mil quilômetros fossem logo ali. "Eu te amo !"