sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quem sabe

"Bom, feliz talvez ainda não. Mas tenho assim... aquela coisa... como era mesmo o nome ? Aquela coisa antiga, que fazia a gente esperar que tudo desse certo, sabe qual ?
— Esperança ? Não me diga que você está com esperança !
— Estou, estou."

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Não 2

E no momento em que ela passou a sentir raiva e sede de vingança por tanto tempo, e alimentar cada vez mais esses sentimentos destrutívos por tantos anos; vai ser dífícil algum amor mudar tudo agora. Se é que ali dentro ainda existe um coração.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dane-se

"Do que adiantou tentar construír uma harmonia familiar, se o outro lado nunca deu valor ? Do que adiantou sacrificarmos nossos benefícios em troca de um tempo a mais com as pessoas que eram para estar do nosso lado mas sem reciprocidade ? Fazem parecer como se não fosse isso o mais importante. A nossa família.
Façam valer a pena ter uma ! Porque até agora ainda não vi o resultado, não aprendi nada com mais uma tarefa a se cumprir, com mais uma negação, mais uma decepção e mais uma noite em claro ouvindo apenas o som de minhas lágrimas.
Eu queria poder chegar em casa e me sentir feliz. Não é pedir muito..."

Não

Ninguém é mais forte que os sentimentos, somos dependentes deles, sendo ruins ou não, sempre nos dominarão. Mesmo lutando contra eles sabemos do que são capazes... e o pior, é que sabemos também que um dia eles voltarão.
Mas em uma coisa as pessoas costumam errar muito. Gostam de construir conceitos, ela também constrói, todos construímos, gostamos de definir o que é mais o forte... Não existe isso !
O que importa realmente não é o que você sente, mas o quanto sente isso !
Se não todos aqueles filmes em que a mocinha entra na frente do amado para protegê-lo da morte enquanto esquece completamente de seu próprio medo de morrer seriam todos uma mentira. Mas não é, sabemos que não e sabemos que faríamos a mesma coisa que a mocinha... pelo menos a maior parcela de nós, a parcela que sabe o que é um grande amor.

(E se o vilão fosse realmente mau, mataria os dois. Fim.)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Eu te amo" 3

É outro dia, quando ela começa a pensar diferente, não que ela quisesse, na verdade ela nunca quis. Na verdade, é o que sempre acontece quando tudo se passa de "paixão" à "amor racional", quando a gente percebe que nem tudo é tão perfeito quanto parece, e que mesmo ela conhecendo o homem perfeito, o que não será perfeito são as circunstâncias, e existem todas elas.
Na verdade ninguém quer que a paixão incrível de primeiro dia se acabe, todos querem ter as mesmas esperanças do começo, acreditar que tudo é possível, que vai funcionar, como um filme, o casal sempre acaba feliz não importa o que aconteça e que sacrifícios façam.
É sim, mas não entendam mal, não são as esperanças como casal que se esvaem - no amor verdadeiro não - não é o amor que diminui, pelo contrário, aumenta, mas são as esperanças de um final feliz, de que o diretor das nossas vidas fosse o mesmo velhinho bonzinho que dirige os filmes românticos. Ela quer terminar com o mocinho, qual a dificuldade nisso ?
Não há dificuldade, se ela o ama tanto assim, por que não foge pra ele ? O que seguraria tanto assim ela no lugar que faça com que desista do seu grande amor ?
Covardia ?
Seria fácil responder assim, mas são os sentimentos que impedem ela, o mesmo sentimento e muito mais outros.
Se ela sente amor por ele, não há dúvidas, mas é um amor novo, ela pode não se cansar, mas não conhece o outro lado o suficiente para saber se é o mesmo.
As palavras dele são lindas, reconfortantes, fazem milagres, mas o que ele diz... não tem garantia se ela não vê seus olhos, se ela não vê seus gestos, se não sabe se são verdadeiras, não sabe se ele diz por dizer, ou se um dia vai fazer o que prometeu. Pra ela só resta confiar, ou... desiludir.
Ela não quer sofrer denovo, já viu essa história acontecer uma vez, e é assim que funciona.
As pessoas, dizem que vão ficar com ela, pra sempre, prometem, mas jogam palavras fora, mentem, até um dia, quando ela percebe. Não há mais ninguém, vão todos embora, fogem, somem, não se despedem, não se desculpam. E ela fica sozinha mais uma vez, depressiva e chorando até os olhos arderem.
No fundo ainda restam dúvidas demais, impossíveis de serem resolvidas.
Mas a desilusão parece ser um caminho tão mais destrutivo... tão ilegal, impossível. Ainda mais com as palavras dele, que fazem parecer tudo tão perfeito, como se a distância e as incertezas fossem apenas algumas desculpas a mais que ela inventou para ter uma noite a menos de sono.
Se ela pelo menos pudesse vê-lo ! Ver o homem perfeito que talvez um dia irá segurar sua mão ! Olhar nos olhos dele e dizer com toda a força que nela ainda resta, dizer tudo o que ela sente, tudo o que ele provoca nela, tudo o que ela já passou ! Toda a ansiedade que teve em vê-lo, todos os dias que passou sem dormir pensando nele, todos os sonhos ! E finalmente a tamanha felicidade de o ter encontrado ! De poder tocar sua pele com suavidade e todo o carinho, poder chegar perto de seu coração, ouví-lo bater em seu peito ao abracá-lo, poder sentir seu perfume, tocar seus lábios, vê-lo sorrir e agradecer a todos os céus o quanto é grata por fazerem existir alguém completo assim ! Poder esquecer as horas ao seu lado, acariciá-lo e sentir seu toque macio, conhecer seu corpo, dividir uma cama, respirar forte em seu tórax e dizer, com toda a convicção, razão, sinceridade e certeza de que ela usa todos os dias e que ele não vê, "Eu te amo !"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Eu te amo" 2

É mais um dia, a conversa nunca acaba, nunca cansa, nunca entristece. Um sorriso emana no rosto dela a cada palavra dele, ele não vê, mas ela jura que ele sente.
As palavras, ah ! As palavras ! O melhor conforto do dia, e se a vida é feita mesmo de momentos felizes, são eles estes.
Pode parecer incrível, pode parecer mentira, mas ela conheçe um homem perfeito.

Ou não.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"Eu te amo"

É mais um dia comum, e ela observa as nuvens, imaginando se vê as mesmas formas brancas que ele vê. E de algum jeito ficam próximos como nunca, como se estivessem de mãos dadas, dedos entrelaçados em uma caminhada sem rumo certo, olhando para o mesmo lugar, andando na mesma direção, sentindo a mesma brisa leve e o calor um do outro. É só uma ilusão, claro, mas parece tão real, como se ele estivesse ali e ela pudesse tocá-lo, sentí-lo a abraçar, tocar seu cabelo, sentir seu calor, seu cheiro, seus lábios doces e suas palavras de conforto. É como se ela pudesse enxegar o ponto de chegada, e que ele fosse tão perto, tão perto, como olhar a rua pela janela, e isso faz com que todo esse tempo de espera parecesse tão irrelevante, tão em vão e tão cômico ! Afinal, ela pode vê-lo, ele está ali, está sim ! E ele a observa, ele pode ver seu olhar melancólico, pode vê-la e sentí-la do mesmo jeito, pode visitá-la no sono, dizer "Boa noite" e abracá-la até dormir, e ele pode ouví-la chorar, pode ouví-la todos os dias dizer com tanto desespero e tanto amor - tanto amor ! - "Eu te amo". É como se mil quilômetros fossem logo ali. "Eu te amo !"

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Incógnita

Era para ser um momento feliz, era para estar tudo bem, tudo nos conformes. A vida anda entre suas margens, seguindo a linha e a regra imposta perfeitamente. Os dias passando não mais com angústia, mas com esperança e aprendizagem, e ela os sente se tornarem cada hora mais interessantes e impedíveis. Não há infelicidades, discussões ou qualquer que seja o mal, só há a complexidade do que se pode ganhar com o bem.
Era para ela estar crescendo internamente junto com várias outras pessoas, ela presencia atos gratificantes, dignos e poderia os tornar recíprocos sempre que possível. E há supresas maravilhosas em se devolver graciosidades, há atos inesperados, mudanças que podem salvar uma alma.
E os melhores sujeitos a cercam, daqueles em que se confia uma vida, que se pede um conselho, os amigos verdadeiros.
Era para ter benevolência e cortesias todos os dias. Era para estar tudo escrito, nos planos, era para ser um momento único. Era para ser um momento feliz. Era para estar tudo perfeito. Mas não está. Não está...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ela é melhor do que você

Não há nada pior do que a companhia da última pessoa que gostariamos de ver em nossa frente, o que já é mais do que o suficiente para fazer chover pedras no nosso mais lindo dia de Sol. O sujeito chega como um tsunami, tranformando a área a cada passo, roubando a intrigante riqueza e beleza de qualquer paisagem, deixando tudo o mais desconfortável possível, e o que sobra atrás é no mínimo desgraçado.
Mas se ela pensar outra vez, ela só será capaz de poder perceber que tudo isso não passa de uma ilusão psicológica de ódio platônico. Platônico, sim, como o carinho de um professor de matemética por nós.
Mas se o sujeito vai embora tão feliz, quer dizer que mesmo a quantidade de ódio existentes entre ambos os lados, em uma parte dele - você pode chingar, uivar, bater, atirar, explodir - nada afeta e nada afetará.
Porque se aquela pessoa não estivesse ali, estaria tudo perfeito como era para ser. Mas por quê ? Por que a primeira parte não pensa direito dessa vez e vê que não é só a paisagem dela que é afetada ? Por que tudo não volta ao normal quando o outro se vai ? Não há vantagem de se agir e pensar assim ! Por que ela não vê que aquele ódio é recíproco ?!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Metrô

Alguém sentou ao lado dela, pediu desculpas e começou a puxar algum assunto. Assim como qualquer outra pessoa que parasse ali, ela ouviu, assentiu, mas no fundo nem prestou atenção. Mas é claro que não, por mais que a pessoa ao lado estivesse ficado órfã há duas horas, por mais que seus filhos estivessem mortos agora, por mais que ela tenha perdido tudo... nós sempre consideraremos os nossos problemas - só os nossos - os piores.
Acontece que essas pessoas de transportes públicos ou de qualquer outro lugar que desmoronam todas as suas dificuldades para qualquer estranho ao lado, no fundo, se não é você o sujeito é você que está ignorando o fato de que existe - existe sim - alguém que precisa mais de ajuda do que qualquer outro, precisa mais que você, precisa mais que ela. Mas quem admite isso ?
No caso, um homem que poderia ser facilmente um modelo, desabado, ali, ao seu lado, pedindo qualquer conforto possível, procurando pelo menos por palavras de consolo ou até algum sinal de que ela entende o que se passa... e ela, assentindo sem sentir.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Início:

Hoje ela faz dezoito anos...
Dezoito...
O que deveria ser o início de tudo, o fim da imaturidade, o começo de novas conquistas, o fim da ignorância, fim da adolescência... mas de fim mesmo, esse começo só está sendo mais uma história triste. Do que de início era pra ser o que todo mundo mais quer, quando chega a hora, e ela dá mais um passo, só entende alguns minutos antes; é como um casamento de alguém que não quer se casar, alguns momentos, e em mais um passo, fim chegará. E o início é atormentador.
A diferença é que o "não" não funcionará. E não importa o que ela faça, não há nada a fazer.
Demais para ser raciocinado com clareza, o início é o mesmo que o fim. E quem gosta do fim ?
Ela não quer esse fim, pelo menos não agora. Mas sabe que seu fim já foi há muito tempo, e que essa garota descrita acima era pra ser comum, mas não é o caso.
Se o que dizem for verdade, que a melhor época da vida é a adolescência... Mas mesmo se não for...
Ela quer recomeçar, e vai ! Porque todo mundo pode ser adolescente pra sempre !