Alguns momentos para recolocar tudo em ordem não adiantam mais. Tantos erros, tantas mentiras, tantas histórias inventadas para o fim de sustentar aquilo que nunca teve forças... e agora, e agora ?
Não sei bem do que adiantou o esforço de não se colocar um fim naquilo que não terá futuro algum, mas odeio o arrependimento e a verdade de ser julgada incapaz, e, sim, como você mesmo disse, medrosa. Não, eu sei, não é "solucionar um caso", é finalizar, finalizar... difícil me concentrar em magoar. E mais difícil ainda me concentrar em consertar, e consertar não me deixará em paz.
- É, você vai mesmo me transformar em um demônio.
Se ao menos naquele coração inocente houvesse a malícia e a raiva... mas é só o coração de uma criança, alguém inexperiente do qual roubei a virgindade e a santidade, roubei, usei, e matei. Insanamente com sede. E agora, não quero mais. Haverá ainda um bom futuro ? Sei que não, passei por piores situações.
Mas eu não, não tenho coração, ao contrário da criança, que ainda sonha, que ainda brinca, que ainda sorri.
Destruirei também mais esse milagre ? A vida ? A felicidade ? A esperança, ah a esperança. Algo que nunca irão me perdoar.
- Mas e dai ? Eu sou o demônio. Certo ? Meu amor.